Drones subaquáticos. De novo a flor e o seu perfume excruciante. Envolta pelo fumo de uma destruição invisível aos olhos de todos. Olhou, para o humano. Beijou-lhe a fronte. Disse que era o gesto universal que nela se tornou o único a poder dizer, em silêncio, sobre a fidelidade e sobre o amor através do medo. Talvez uma ilha!, é uma ideia que se escreveu mil vezes. Como todas as coisas mais humanas, atravessa as eras. Esse mundo dentro do mundo dentro do mundo. Sabias? Queria ouro derramando-se como alma transbordando nua da carne. Falava de cristais brutos mas cristais. É tão urgente, neste mundo, dizia a flor, sermos mais que aquilo que nos fizeram crer. Tem coragem de mergulhar, nesse lago. É fundo e gelado e solitário. Mas não fujas, ela dizia, não fujas de te encontrar, esse cristal, esse cristal, desespero por cristais. É que eu acordei num deserto, quando acordei, havia uma tempestade de grãos chocando-se e eu no meio quase sufoquei o meu cristal. A solidão era por de mais maior, no deserto. Quase quis dissolver-se, ser pequena, um grão entre todos. Mas não. Há um sonho que lhe abraça os ombros. Um mundo dentro do mundo dentro do mundo. Se te juntasses, apenas, a mim. Seria tirania? Esse abandono do deserto por outro deserto. Nesse antigo há festas todas as noites, grãos chocando-se, aquecendo-se. No novo há uma desolação. Primeiro, profunda, fria, tenebrosa. Depois, familiar, e apenas melancólica. A flor orou - que o amor fosse o esquecimento do mundo. E contra o peito, um anjo. Contra a cabeça nenúfares brancos. Contra os lábios uma canção - que não fosse o silêncio vazio no humano depois das interpelações do cristal. Como duas linguagens de dois mu(n)dos, quebrando-se no cruzamento. Ela arrancou-se dessa terra, disse-lhe adeus de longe quebrando a imagem desse beijo.
Escorreram gotículas através das pétalas. Do cristal chorando. Interno, cravado, um cristal tremendo, não duro como diamante, antes da matéria frágil dos sonhos e da inocência. Porque queria o impossível como a Lua de Calígula. Mas sem rasto de fome em si. Só um rasto de desamparo de criança. Pensou numa nova porta. Pensou nesse humano pegando-lhe, rendendo-se, ao sacrifício da fusão. Dolorosa e gloriosa.
MF
The aptly-named Hauntings write songs that are sinister and moody—the seconds in a horror film right before the jump scare. Bandcamp New & Notable Apr 3, 2023
The new LP from Gregor Dys uses modular synths and samples to evoke the idea of memory, each hazy, beautiful song conjuring a specific mood. Bandcamp New & Notable Jul 9, 2021
A compilation featuring exclusive tracks from ambient luminaries with all proceeds donated to Help Refugees/Choose Love and Sea-Watch NGOs. Bandcamp New & Notable Dec 2, 2021
Moody dark ambient from Dahlia’s Tear, the expansive sounds on “Through the Nightfall Grandeur” are as melancholy as they are unsettling. Bandcamp New & Notable Oct 16, 2018